quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Fidelidade não tem preço

Nas últimas semanas, as eleições da mesa diretora da Câmara para os próximos dois anos movimentaram os bastidores da política tapiraiense.

Tivesse eu fraqueza de caráter e sede de poder como nortes da minha vida política, teria assumido a presidência da Casa.

Um mensageiro, falando em nome do prefeito, me procurou e me perguntou se eu aceitaria ser o presidente. Para isso bastaria eu isolar os meus colegas de oposição Chicão e Todesco.

O mensageiro ainda fez uma segunda proposta indecorosa: assim que assumisse a presidência, deveria contratá-lo como assessor. Segundo o mensageiro, se eu cumprisse esses pedidos, estaria eleito presidente da Câmara para o biênio 2011/2012 com apoio da bancada de sustentação do Executivo.

Preferi perder a eleição a trair meus colegas. Mesmo sabendo que em política acontece de tudo, eu, particularmente, não vendo minh’alma, nem rasgo meus compromissos, mesmo sendo eles verbais e feitos em pleno palanque de campanha.

Minha preocupação, agora, principalmente com a fenda aberta pelo afastamento do vereador Chicão, que enfraqueceu, em votos, o grupo de oposição, é como será a construção de uma candidatura sólida para as eleições de 2012.

Tapiraí não pode viver a vida inteira elegendo prefeito-pessoa. Líder que só consegue unir parte da população em época de eleição e, depois de eleitos, governa o município sem projeto. Tapiraí precisa eleger um prefeito-projeto.

Ao longo de 2011, os homens de bens e os políticos de visão e de palavra devem se voltar para a construção de um projeto de desenvolvimento sustentável para Tapiraí.

Um projeto que valorize o turismo, a agricultura, a saúde, a geração de emprego e renda, o meio ambiente, a educação, a segurança. Um projeto que envolva as pessoas em prol das pessoas.

Nossa cidade merece uma política mais séria, mais inteligente e mais eficaz que tire o município do atraso e da pobreza que atormenta nossa gente desde sempre.

3 comentários:

Humberto José disse...

Caro Vereador Alcemir, Parte 1

Não é minha intenção faltar com o respeito ao nobre edil, e muito menos aos seus pares. A postura durante minha vida política sempre foi de respeito a Câmara Municipal e a seus membros, da qual em um momento da minha vida fiz parte e presidi. Então desde já peço desculpas de público se de alguma forma vossa excelência ou algum membro do nosso legislativo se sentir ofendido.
Por outro lado, ao me deparar com a postagem feita por Vossa Excelência em seu blog intitulada “Fidelidade não tem preço”, me senti no direito de prestar alguns esclarecimentos.
Não sou mensageiro de ninguém, e quando falo, falo por mim mesmo.
Não procurei Vossa Excelência. A conversa declarada no blog teve início na Lanchonete Talita onde o recebi como cliente.
Em conversa de amigos (assim presumi) comentamos sobre a composição da Câmara Municipal. Citei que no meu entendimento havia um único grupo na Câmara, o de apoio ao Prefeito.
O senhor me fez crer que são três grupos, e não um, a saber:
O Grupo de Apoio, o Grupo de Oposição e o senhor mesmo, colocando-se desta forma afastado das decisões das quais o senhor não compartilha.
Essa conversa me fez crer que, diante da postura de independência que o senhor mantém desses grupos, seria sim um excelente Presidente de Câmara, pois o que faz um bom Presidente é justamente a imparcialidade.
Acreditei que Vossa Excelência tivesse realmente essa postura, pois me convidou para “continuar essa conversa” em sua residência.
Lá, Vossa Excelência me fez explicar como faria para obter os votos necessários e eu expliquei que deveria buscar votos entre todos os vereadores da casa. Que não ficasse restrito e compromissado apenas com um dos grupos. Que inclusive, para obter votos dos vereadores “alinhados” ao Prefeito bastaria prometer imparcialidade e correção nos atos da mesa, postura essa que não seria dificil diante do caráter que o Nobre Vereador até então vinha demonstrando em nossas conversas.
Nossa conversa continuou em outra data na “Lanchonete Talita”, e lá, após o senhor citar a assessoria de confiança com a qual os Presidentes de Câmara contam, me coloquei à disposição de Vossa Senhoria sim, para caso eleito vir a ocupar Cargo na Câmara ou fora dela.
Prestar serviços caso fosse Vossa Excelência Presidente da Câmara não me daria recursos financeiros, mas a oportunidade de participar mais ativamente do meio político de nossa cidade com a intenção clara, pura e simples de articular um novo grupo político para dar “norte” ao nosso município.
Continua...

Humberto José disse...

Caro Vereador Alcemir, Parte 2.

Neste ponto me permita esclarecer: Permaneço na política da nossa cidade desde 1982, quando me elegi vereador. Desde então, em nenhum momento da minha vida dependi de salário ou remuneração oriundos da Câmara, Prefeitura ou outro orgão público ao qual prestei serviços.
Vivi e sobrevivi, criei meus filhos e mantive minha família trabalhando no comércio de Tapiraí. Aqui na Avenida Professor Natan Chaves, sou um dos mais antigos comerciantes. Passei por altos e baixos, é verdade. Quem não passou? Já se vão 25 anos.
Quando se predende presidir uma Câmara, a primeira coisa que a se aprender, Nobre Edil, é dialogar com todos os representantes do povo que compõe a Casa, e não somente com àqueles que chama de “colegas de oposição”. O Presidente deve ser para todos, Nobre Edil, e não apenas para “colegas de oposição”.
O Senhor, nobre vereador, parece ter memória curta. Como pode chamar esse grupo de oposição?
Esquece-se o senhor que esse grupo deu sustentabilidade política ao atual prefeito em seus dois mandatos?
Esquece-se o senhor que esse grupo deu sustentabilidade a prefeitos que antecederam ao atual e que agora são tidos como péssimos governantes por eles mesmos?
Esquece-se o senhor, rapidamente, ou quando lhe convém, que foi para esse prefeito que o senhor pediu votos aos seus eleitores?
Não consigo entender nobre vereador, como podem se declarar “de oposição”.
Oposição a quem? Ao atual governante que esse grupo de oposição ajudou a eleger?
Oposição só em fim de mandato, como ocorreu com outros prefeitos?
Por que agora que o mandato do atual prefeito caminha para o final e não havendo reeleição, o senhor se diz pertencer a um “grupo de oposição?”
“Preferi perder a eleição a trair meus colegas”. Suas palavras, nobre Edil. Permita-me esclarecer. O Senhor não perdeu a eleição. O senhor não disputou, como pode ter perdido? Na verdade o senhor não foi indicado pelos seus “colegas de oposição”. Eu de minha parte não ví razões para isso. Poderia ter sido indicado e seria uma boa indicação.
“Não vendo minh’alma, nem rasgo meus compromissos, mesmo sendo eles verbais e feitos em pleno palanque de campanha.” Suas palavras, nobre Edil.
Se isso é verdade, com quem o senhor mantém compromissos, nobre vereador?
Se isso é verdade, que compromissos são esses, nobre vereador?
Se por acaso disser que seu compromisso é com o povo que o elegeu, como ficam os eleitores que acreditaram estar votando num bom prefeito para nossa cidade, indicado por Vossa Excelência? Arrependidos como o Senhor parece estar?
O Senhor fala em nova candidatura para 2012. Podem os seus eleitores agora “confiar” na sua indicação?
“Nossa cidade merece uma política mais séria, mais inteligente e mais eficaz que tire o município do atraso e da pobreza que atormenta nossa gente desde sempre”. Suas palavras, nobre Edil. Aproveite sua gestão e faça-as cumprir!

Abraços,
Humberto José Esturba.

POVO disse...

É Dr. Humberto (pra escrever bem assim tem que ser Doutor), que tapa de Pelica, assim dói mais que tiro de 12, Parabéns, quem quer se comunicar com o povo, não deve ficar dando voltinhas, deve esclarecer que é o Santo (mensageiro) PLACAR
ALCEMIRO 0 X 10 Dr. HUMBERTO